quinta-feira, 17 de março de 2011

Sobre a princesa e o lobo mau

Hoje é quinta-feira. Eu nasci em uma quinta-feira. Odeio quinta-feira. Todas as grandes revelações da minha vida aconteceram em uma quinta-feira. As tragédias também. São 8:50 da manhã, deveria estar na aula e nem tomei café, mas tudo acontece por uma razão. Tem que acontecer. E a razão de eu estar escrevendo este post em vez de estar na aula de modelagem é porque fui conferir meus recados no Facebook (tá, mentira, fui ver se minha plantação de rosas já estava pronta pra ser colhida) antes de sair e uma amiga me sugeriu um livro: "Troco o príncipe encantado pelo lobo mau" da Raquel Sanchèz Silva. Não li o livro, acabei de ficar sabendo sobre ele, pretendo ler, mas li a descrição. A autora  aparentemente usa contos de fada para passar a seguinte mensagem para as mulheres: vocês só serão felizes no amor quando deixarem de lado o arquétipo de princesa e aprenderem a correr atrás dos seus desejos. 

Pra falar a verdade esse argumento não é nada novo e sendo bem sincera, mulheres modernas já tentam fazer isso há muito tempo. Foi assim que demos início a revolução sexual depois que saímos pra trabalhar e exigimos igualdade entre os sexos. Queremos ter o direito de correr atrás do que desejamos. Queremos ter o direito de dar o primeiro passo se estamos a fim de alguém. Mas quantas vezes você deixou a princesa de lado pra se tornar amazona e realmente funcionou? Eu sei que existem exceções! Eu sei que você vai me contar que uma vez tomou a iniciativa e foi muito feliz, que o cara adorou, enfim, escreveu um conto de fadas moderno no qual o príncipe encantado foi resgatado pela princesa (É, eu também assisti Shrek). Mas por que, então, na maioria das vezes se você vai atrás do cara dá tudo errado?

Nesta quinta-feira, de estômago vazio, eu obtive uma resposta: O PROBLEMA SÃO ELES. Lembra quando você era criança e te diziam que as meninas amadurecem mais rápido do que os meninos? Pois é, sinto muito lhe dizer que eles estavam certos. Nós amadurecemos mais rápido do que os homens e acho que evoluímos também, porque saia na rua agora e pergunte pra qualquer mulher se ela gostaria de tomar a dianteira do relacionamento, de dar o primeiro passo, de ter igualdade, ela vai te dizer que sim, que ela está pronta pra abandonar o sapatinho de cristal. Porém, faça a mesma pergunta pra um homem. Mais uma vez, como em toda regra existem exceções, mas a grande maioria dos homens, até mesmo os que disserem que aceitam que a mulher não seja a princesa a espera do príncipe encantado, no fundo, não aceitam. Homens não estão preparados para calçar o sapato de cristal e deixar a mulher tomar a iniciativa. Quando uma mulher faz isso, é vista com outros olhos e não é no bom sentido, mesmo que a gente tenha a melhor das intenções indo pra cima do cara. Mesmo que a gente tenha interpretado os malditos sinais que ele mandava e tenha resolvido agir pensando que ele estava tendo dificuldades. Ele até poderia estar tendo dificuldades, mas quando você cortou o mal pela raiz e resolveu o problema pra ele, o interesse diminuiu.

Lembro de uma passagem do livro "Os homens são de Marte, as mulheres são de Vênus" que fala que o homem sente uma forte necessidade de ser necessário e concertar o que quer que esteja errado. Já as mulheres se contentam simplesmente em ter o apoio, e fazer elas mesmas os reparos só se realmente não tiverem ajuda. Ou seja, no fundo todos nós queremos "concertar", dar o primeiro passo, mas nós mulheres, por sermos mais compreensivas, acabamos aceitando o papel de coadjuvantes dessa história e agora eles estão tendo dificuldades em aceitar que a nós também gostaríamos de ser protagonistas. Mais uma vez, o problema não somos nós, são eles, que vão demorar um pouquinho mais pra perceber que a mulher ir atrás dos desejos não é tão ruim. Agora, você tentar mostrar pra eles essa verdade é bem arriscado e pode ser muito doloroso. Palavra de quem passou recentemente por isso. E não foi só uma vez.

Mais uma vez, existem exceções, mas não se anime, na verdade não são muitas.

Então, o que dizer pra vocês? A gente tem uma escolha, a gente pode tentar educar os homens nesse sentido, mas isso teria de ser feito por TODAS NÓS. Aliás, um amigo me disse que na Itália as mulheres estão tentando fazer isso, se é verdade eu não sei, mas ele encerrou dizendo que por isso os italianos estão procurando mulheres de outras nacionalidades. Vejam o tamanho do risco. A gente sabe que nesse mundo enorme todas se unirem por um objetivo desses é uma coisa meio utópica. Umas vão fazer, outras vão aproveitar a chance pra ser diferentes. E no fim as pessoas vão continuar iguais. Na verdade eu acho que em vez de tentar se unir pra isso a gente podia era começar educando nossos filhos quando formos mães de meninos. Quem sabe banir os contos de fadas. Ou melhor, escrever novos em que príncipes e princesas estão realmente no mesmo patamar.

Resumindo, vai levar tempo até que a gente consiga fazê-los nos aceitar como somos ou como gostaríamos de ser, mas isso não significa que você não possa  tomar a iniciativa. Só significa que você tem que ser mais cuidadosa e saber que esse é um jogo bem arriscado.

Assim que eu ler o livro da Raquel Sanchez Silva eu posto algo falando o que achei.


segunda-feira, 14 de março de 2011

Surtos psicóticos de inicio de ano

Sempre nessa mesma época do ano eu entro em parafuso, com crises existenciais intermináveis, dúvidas cruéis sobre o meu futuro, sobre quem sou eu, sobre como sobreviver neste mundo cão. Ano passado larguei tudo e fui tentar fazer medicina pela segunda vez. Aí julho chegou e eu desisti da medicina. No ano retrasado foi psicologia e no ano anterior algo que nem me recordo. Nesse vai e vem já passei por mais profissões do que uma criança com imaginação fértil. De bailarina a analista criminal, passando por comissária de bordo, garçonete, estilista e astronauta. Tá, exagerei no astronauta. Mas a verdade é que depois que julho chega eu sempre volto pro bom e velho mundo das artes. A causa pra tanta mudança não nos interessa no momento e só pode ser definida pela minha terapeuta (aliás, será que a Dra. lê meu blog? A foto acima é um presentinho da paciente psicótica hehehe). Parágrafos de DDA a parte, voltando ao que interessa. Analisando o surto desse ano e chegando a essa conclusão de que sempre volto pras artes cheguei a uma conclusão um pouco mais ampla, que não tem só a ver com o campo profissional, mas com todos os aspectos da vida: sempre voltamos pro que amamos.

É impossível não ficar confuso, afinal, são tantas possibilidades, tantas aventuras e a vida é tão curta, queremos abraçar o mundo de uma só vez. Mas abraçar o mundo de uma só vez é impossível, portanto, é mais fácil aproveitar cada pequeno pedaço da vida, cada toque, cada riso, cada faceta, como única. Ir com a maré. Viajar no momento. No regrets. Sem arrependimentos, sem bagagem, sem grandes preocupações. Porque apesar de pessoas serem complicadas, a vida é bem simples, a gente é que complica. A gente é que fica de birra, briga a toa, perde amigos por orgulho. Perde oportunidades por medo. A gente é que rotula tudo, fica tentando explicar o inexplicável. 

Regrinhas simples: 
1) Tem sempre alguém pior do que você. Basta não focar no seu umbigo o tempo todo pra perceber.
2) Querer mudar é bom.
3) TODO MUNDO ERRA.
4) Pra rir, é só começar. Pergunta pra Amanda.
5) Ser um pouco otimista nunca matou ninguém até onde eu sei. Mas o otimismo já curou câncer por aí. Não se entregue e viva, mesmo que erre, que quebre a cara.
6) PERDOE e aceite não ser perdoado. Reconhecer o próprio erro é mais importante.

É isso, o post de hoje é só pra lembrar as pessoas que lêem isso aqui de que não é o fim do mundo, embora pareça.

Skyway by The Replacements
Skyway por The Replacements


You take the skyway, high above the busy little one-way
Você toma a rota aérea, bem acima da pouca ocupada via de mão única.
In my stupid hat and gloves, at night I lie awake
No meu chapéu estúpido e luvas, durante a noite eu fico acordado
Wonderin' if I'll sleep
Me perguntando se eu vou dormir
Wonderin' if we'll meet out in the street
Perguntando se vamos nos encontrar na rua


But you take the skyway
Mas você toma a rota aérea
It don't move at all like a subway
Que não se move como um metrô
It's got bums when it's cold like any other place
Tem vagabundos quando está frio como em qualquer outro lugar
It's warm up inside
É quente no interior
Sittin' down and waitin' for a ride
Sentando e esperando para um passeio
Beneath the skyway
Sob a rota aérea