terça-feira, 28 de dezembro de 2010

2010: tem alguma morfina aí?

Essa é a última semana do ano. E essas são as últimas palavras que eu escrevo... Pelo menos por um tempo.  Colocar fim a alguma coisa é sempre doloroso e ouso dizer um pouco traumático, você olha ao redor e tudo, absolutamente tudo, te lembra de cada momento bom ou ruim, cada segundo gasto, cada batalha travada, cada momento perdido pra sempre nas lembranças que ficam. Você sobrevive a tudo, mães sobrevivem a perda de filhos, homens e mulheres a corações partidos, até há quem sobreviva a doenças em fase terminal. E a maioria de nós sobreviveu a 2010. 

E com o fim de um ciclo chegam as reflexões. O que você aprendeu? O que você planejou? O que você realizou? Pensando nisso concluo:

* Areia movediça afunda. Tome cuidado onde pisa sempre.

* Você está sozinho mesmo em uma sala cheia de gente, mas apoio é muito importante e você recebe a compreensão e o afeto que realmente precisa das mãos mais inusitadas.

* Toda dor é suportável, mas nem toda dor passa, algumas apenas diminuem, o que pode quase equivaler a passar.

* Fantasmas existem, eles podem não estar no seu armário, mas volta e meia podem mudar sua vida.

* Sua cama e seu quarto são tão sagrados quanto sua escova de dentes, mas as vezes esquecemos isso.

* Oasis pode ser uma banda britânica, mas ainda não me convence totalmente.

* Os bons morrem primeiro. Portanto, um pingo de maldade não vai te fazer tão mal. Aliás, 99,9% das pessoas são ruins, porque você quer ser 00,1% da população? Só pra não ser igual a todo mundo?

* A idade cronológica não equivale a sua idade verdadeira, essa a experiência é quem vai ditar.

* Palavras jogadas ao vento podem parar em qualquer lugar.

* Diga o que pensa, mas não seja tão escravo das suas palavras.

* Se machuque pra aprender a se cuidar. Mas se machuque apenas uma vez. Feridas de guerra te fazem lembrar do quanto você passou para chegar até aqui.

* NUNCA faça uma tatuagem onde pode ver o tempo todo.

* Acredite que pode.

* Toda escolha tem uma conseqüência e você vai ter que conviver com ela, não importa o que aconteça.

* Não pense que cometeu erros, apenas aprendeu pelo caminho torto.

* Agradeça sempre, até as coisas mais ruins que te acontecem tem uma razão de ser.

* Tenha na bolsa uma cópia do "He is not that into you".

* Viva como se fosse morrer amanhã e aprenda como se fosse viver para sempre. (essa eu roubei...)

Em uma semana eu não serei a mesma, nem você que esta lendo isso.  Em seis meses também não seremos os mesmos. Mas se for para pensar em alguma coisa pense nessa última lição, viva, acredite, sonhe, não desista e não sofra com o que não pode controlar. A vida é assim, como uma montanha russa, é assustador, emocionante e pode ser extremamente divertida se soubermos levantar os braços, encher os pulmões e aproveitar a vista até mesmo quando o medo nos paralisa.


Feliz 2011 pra todo mundo, até pra quem não chegou ao fim de 2010, muita luz.








segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

I'm going thought changes...

Neste exato momento em que escrevo este post estou sentada na minha sacada, ouvindo Jack Jonhson e olhando pra segunda lua mais linda que eu já vi em toda a minha vida (a mais bonita foi em novembro de 1999 em Quedas do Iguaçu). Por coincidência também falando com a pessoa com quem falei naquela noite e por acaso ele também estava longe.

Eu já disse antes que o passado parece sempre cor-de-rosa. Mas as vezes ele realmente era. Quando você pensa na inocência de um momento que ficou pra trás, em sonhos que não tem tempo pra realizar mas que pareciam estar ao alcanço das mãos. Crescer e amadurecer têm seu preço e nossa vida é feita do resultado das escolhas que fazemos. Eu mesma já fiz escolhas bem ruins, mas não posso dizer que me arrependo delas. Claro que tenho problemas em aceitar algumas que eu sei com certeza que vão gerar um karma bem pesado, mas não me arrependo de nada, porque se não fosse por isso eu não seria quem eu sou hoje, seria outra Priscylla, teria outras pessoas ao meu redor.

Somos o que pensamos, o que imaginamos, o que desejamos e tudo é possível. Algumas decisões na vida são extremamente difíceis de se tomar. Fazer a coisa certa as vezes exige mais do que um sacrifício pessoal, exige um sacrifício da alma e as vezes nem é um sacrifício da sua alma. A boa notícia é que a alma renasce, mesmo com as cicatrizes. Ela se recupera. Culpa? Sim, sentimos culpa, sentimos medo, sentimos remorso. Mas vale a pena estragar 3, 4, 5 (...) vidas em nome de uma? Você sacrificaria seu futuro por algo incerto? São todas perguntas difíceis e eu diria sem resposta... O que me leva ao post de hoje: APRENDER A VIVER COM AS CONSEQÜÊNCIAS.

Decisões difíceis tem um peso maior na nossa vida, mas a verdade é que não adianta chorar sobre leite derramado. Seguir em frente é a resposta. As vezes você deseja encontrar alguém que possa te dizer o que fazer, mas a verdade é que você é forte o suficiente pra vencer qualquer preconceito, qualquer desafio e decidir por si mesmo. E qualquer que seja sua decisão terá conseqüências.  Viver com essas conseqüências é descobrir como realmente se aceitar e viver.

Então, pare de se julgar nesse exato momento. Pare de pensar no que passou ou no que está por vir. Aceite a dádiva que lhe foi dada, mesmo que por um breve período. Sonhe e seja feliz enquanto você pode. Outros momentos felizes virão depois da tempestade.

Um grande filósofo um dia disse que coragem não é não ter medo, mas enfrentar o medo. Enfrente seus medos, saiba que não há fardo pesado demais que você não possa carregar. E não há momento errado. As coisas simplesmente acontecem quando tem que acontecer. Como a lua.

Só pra não perder o costume, uma letra e um link do Rock Kills Kid



Link pra ouvir a música no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=a9Uzzyi5mXc


Are You Nervous

Você está nervoso

Now you know that it's all your faultAgora você sabe que a culpa é toda sua
How are you doing with it?Como você está fazendo com ele?
Hey, are you nervous?Ei, você está nervoso?
Everything that you've ever known will go up in flamesTudo o que você já conheceu vai subir em chamas
Tell me, are you nervous?Diga-me, você está nervoso?
And the sky will fall down on you and the world still turns around, round, round.E o céu vai cair sobre você eo mundo ainda gira em volta, volta, volta.
And the sky will fall down on you as your life goes on down, down, down.E o céu vai cair sobre você como sua vida vai descendo, descendo, descendo.
Everything that you've ever done will come back to hauntTudo o que você já fez vai voltar a assombrar
Tell me, are you nervous?Diga-me, você está nervoso?
Now you know that it is for sureAgora você sabe que é com certeza
How are you taking it?Como você está tomando?
Do you deserve this?Você merece isso?
And the sky will fall down on you and the world still turns around, round, roundE o céu vai cair sobre você eo mundo ainda gira em volta, volta, volta
And the sky will fall down on you and your life goes on down, down, downE o céu vai cair sobre você e sua vida vai para baixo, baixo, baixo

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Sobre recomeços...

16/12/2010
É engraçado como a nossa vida imita a arte. A minha, pelo menos, quando eu menos percebo, parece ser um roteiro escrito por... bem, por mim mesma. 

Hoje digo adeus ao "11 Dias". Talvez isso esteja me movendo ou tenha me movido essa manhã.  Ele nasceu no dia 16 de junho de 2010. O Brasil ainda não tinha perdido a Copa do Mundo pra Holanda e eu era uma pessoa completamente diferente. É aqui que realidade e ficção se encontraram na manhã de hoje.

Como minha personagem, Monica, foi levada ao topo de um prédio pela força do acaso, eu fui levada pelo Fabiano (e o acaso) ao lugar onde comecei a escrever essa história. Eu permaneci na garoa gelada olhando para a paisagem, absorvendo tudo que aconteceu nos últimos seis meses, as pessoas que cruzaram meu caminho, as pessoas que disseram adeus para sempre, os momentos que eu perdi por pensar tanto no amanhã e não viver o momento. Então, as 12 horas e 47 minutos do dia 16 de dezembro de 2010 eu aprendi a maior lição de todas: isso também vai passar.

Passamos pela vida tentando encontrar sinais, significados, nos preocupando com o futuro, sofrendo com o passado, em vez de viver o momento e sem se dar conta da maior verdade de todas: o momento passa. O momento SEMPRE passa. A boa notícia? Outro momento vem. Não vai ser o mesmo, não vai ter o mesmo gosto, não vai envolver as mesmas pessoas, mas você está vivo, certo?


Hoje entendi pra que servem os funerais. Eu nunca acreditei no fim da vida com a morte, sempre achei que continuasse do outro lado, sempre acreditei que a vida é eterna, portanto, funerais eram inúteis ao meu ver. Mas percebi que como na cena final de um roteiro, nós humanos procuramos um significado maior nas coisas, um momento de redenção antes do grand finale. Ansiamos tanto por isso quando o segredo é simplesmente deixar estar. Funerais nos ensinam isso. A despedida, a familiaridade do momento, o respeito, isso nos liberta de alguma forma porque sentimos que acabou e nós ganhamos força pra recomeçar. Afinal, morremos um pouco todo dia, pra renascer no dia seguinte, certo? 

16/06/2010
Por que não fazer desse renascimento o renascimento da nossa alma e abraçar essa vida nova, essa nova oportunidade, como se você realmente tivesse recebido a noticia de que vai viver. Encontre um lugar pra fazer seu próprio funeral, jogue tudo fora, viva. Vale a pena.







Pra terminar, leia isso:


Oportunidade
Pete Murray

E assim se vai mais um dia solitário
Você está economizando tempo mas está a milhas longe
Sua mosca estava se afogando em algum chá amargo
Por ter visto uma oportunidade perdida

Encontre seu espelho, vá e olhe para dentro
E veja o talento que você sempre esconde
Não engane a si mesmo, não hoje
A satisfação não está tão longe

Aguente firme agora, sua saída está aqui
Está esperando só por você
Não hesite por muito tempo
Está desaparecendo agora
Está tudo acabando muito rápido, você verá

Logo você verá

Seu café está quente, mas seu leite está azedo
A vida é curta mas você está aqui para florescer
Sonhe você mesmo ao longo de outro dia
Nunca deixe escapar uma oportunidade

Não tenha medo do que você não pode ver
O seu único medo é a possibilidade
Nunca se pergunte que diabos deu errado
Sua segunda chance pode nunca vir

Aguente firme agora, sua saída está aqui
Está esperando só por você
Não hesite por muito tempo
Está desaparecendo agora
Está tudo acabando muito rápido, você verá

Logo você verá


(And so it goes another lonely day/Your savin time but your miles away/Your fly was drownin in some bitter tea
For seeing lost opportunity // Find your mirror go and look inside / And see the talent you always hide/ Don't go kidd yourself well not today/Satisfaction's not to far away // Hold on now your exits here/ It's waiting just for you/Don't pause too long/It's fading now/It's ending all too soon you'll see //Soon you'll see// Your coffee's warm but your milk is sour/Life is short but you're here to flower/Dream yourself along another day/Never miss opportunity // Don't be scared of what you cannot see/Your only fear is possibility/Never wonder what the hell went wrong/Your second chance may never come along/Hold on now your exits here/It's waiting just for you/Don't pause too long/It's fading now/It's ending all too soon you'll see/Soon you'll see)








sábado, 11 de dezembro de 2010

Se a vida é uma viagem, aproveite a vista!

Hoje eu gravei minhas últimas cenas do "11 Dias" com o Ibrahim Mansur, que interpreta o Lucas e com quem eu mais contracenava. Desde o dia 01 de novembro de 2010 trabalhamos lado a lado praticamente todo fim de semana, sem contar os ensaios, e chegar assim ao final de um ciclo sempre me enche de melancolia. Não porque não vou mais ver o Ibrahim, acho isso improvável já que somos amigos há 5 anos, o que me deixou pensativa foi o fato de ser a última vez que convivi com o Lucas, sua personagem. Pode parecer estranho mas aprendi muito com o Lucas, o que me deixará com saudades.

Por exemplo, ele me ensinou que um sorriso te faz superar qualquer coisa, dos problemas técnicos que podem surgir quando se faz um filme até aqueles momentos difíceis que nos atingem no dia a dia. Aprendi que a música pode ser sentida e que devemos sentir tudo ao nosso redor, guardar sensações, pois não importa quão ordinário seja o momento, ele é único, é seu.  Você não leva nada além das suas experiências dessa vida. Nossas vidas seriam bem mais interessantes se não pensássemos tanto, simplesmente ser capaz de viver sem se esconder atrás de uma depressão é demonstrar coragem e vontade de viver no agora. Tudo bem, eu criei a personagem no papel, você pode dizer que eu mesma me ensinei essas lições, só que pra mim o Lucas se tornou um pouco mais real ao sair do papel e facilitou minha visão.

E hoje ele tinha três últimas lições quando a câmera parou de rodar, providas pelo ator que o interpretou e emprestou sua essência pra criá-lo. 

A primeira grande lição foi inesperada e surgiu durante o almoço discutindo o futuro dos nossos projetos e do "11 Dias". Fazer a coisa certa é difícil, mas é gratificante. Nas maiores tempestades tentamos encontrar caminhos alternativos, momentos inexistentes, aliados a todo custo. Mas no final não importa o que a gente faça, uma hora ou outra vai ter que enfrentar nossos monstros pra chegar onde realmente quer. Essa jornada pode até ser bem interessante. Confusa, cheia de obstáculos, mas muito interessante e instrutiva.

A segunda foi a percepção do quanto é importante ter alguém pra te dar a mão, como o Lucas faz com a Monica no filme. Como hoje minha equipe fez por mim. Eu sempre tive pessoas ao meu redor segurando a barra. Mas hoje vi o quanto um abraço amigo, uma conversa e um desabafo podem fazer a diferença. Abrir o peito pra um amigo não é um sinal de fraqueza, pode ser assustador, mas no fim você tem alguém pra carregar o peso contigo. Alguém pra te ajudar a fazer a coisa certa.

E por último ele me ensinou a ser justa. Isso quem disse, na verdade, foi o Ibrahim, mas poderia ter vindo da personagem. Ser justo consigo mesmo, com a situação, com as pessoas ao seu redor. É mais importante agir da forma certa do que pregar a coisa certa. Ser justo significa respeitar e ser respeitado. Ser justo significa fazer sacrifícios. Ser justo significa enfrentar a estrada de cabeça erguida, não importando se você já sabe como isso vai ou deve acabar, no final, sendo justo, você fez a coisa certa.

Uma visão otimista do mundo não tem sido meu normal nos últimos dias. Mas estar fechando esse ciclo me tirou das sombras e me sinto extremamente bem! Espero mesmo que uma vez que o "11 Dias" esteja pronto alguém possa aprender com a obra o que estou aprendendo com o processo. Se esse fosse meu último filme eu estaria satisfeita, mesmo que no fim as críticas sejam negativas (o que não serão! Garanto como uma boa mãe orgulhosa que o filme é bom). Minha satisfação vem de completar essa jornada que está sendo extraordinária.

Pra acompanhar o "11 Dias" basta acessar o blog de produção: http://curta11dias.blogspot.com

domingo, 5 de dezembro de 2010

Lembro-me de uma peça que fui assistir alguns anos atrás chamada "Sobre Outdoors e o Fim do Mundo", confesso que nada me marcou muito no espetáculo a não ser o fato de ter esse nome. Quando penso nessa frase, a primeira coisa que me vem a mente é como o capitalismo, a vida corrida e displicente tem nos levado para lugar algum a não ser cada vez mais perto do fundo do poço.

Caminho pelas ruas e tudo o que vejo são luzes de natal, placas de promoções e liquidações de fim de ano e pessoas abarrotadas de sacolas com a mente focada em comprar, comprar e comprar. Não sou um ser humano perfeito, pra falar a verdade eu meio que odeio essa coisa de fim de ano, natal, presente, esperanças renovadas, isso me deprime, mas ajuda algumas pessoas, então não é sobre isso que eu vou reclamar, mas não posso deixar de me indignar com toda essa grandeza quando estamos quebrando a cabeça pra diminuir o consumo de energia, quando já existe tanto lixo no mundo (e dentro das nossas casas), que não precisamos de mais bugigangas.

Eu sei que parece meio extremista. Festas de fim de ano são inevitáveis e podem até ser divertidas pra algumas pessoas, por um pequeno período de tempo, sem contar que são uma desculpa perfeita pra passar uns dias na praia, curtindo uma paz sob o sol e sob o mar (exceto se você estiver perto de um daqueles bêbados "Boas Festas"). Mas em meio a todo esse consumismo e ostentação o que eu sugiro é que a gente volte um pouco nossa atenção pra dentro do ser humano, independente de credos, só pensar um pouco em nós mesmos, na nossa essência e no próximo, não com o sentido de caridade, mas no sentido de que mundo e que lições estamos deixando aqui pra quem vier depois de nós. Será que temos que ser tão egoístas a ponto de não pensarmos no que será do mundo daqui há 30 anos?


Semana que vem tem provavelmente uma retratação, depois que eu for ao shopping pra fazer minhas compras de natal. (brincadeira =))

sábado, 4 de dezembro de 2010

Muitos parênteses

"Face your fears by writing them down and looking at them realistically."
James Van Praag, via twitter


Comecei meu dia chuvoso em Curitiba com uma chícara de café amargo, olhando pro dia nublado lá fora, depois de uma noite espetacular de 15 horas de sono. Você vai dizer "uau, como essa garota dorme!" Acreditem, até eu me surpreendi com o que algumas pílulas podem fazer. (Learn with that Ozzy Osbourne) Enfim, mas voltando ao foco deste post... A primeira coisa que eu fiz hoje foi atacar de Giggi ("He is not that into you", lembram?). Primeiro veio a paranóia, depois aquela sensação de que estou fazendo tudo errado e por ultimo a impressão de que o mundo inteiro estava contra mim. E pra terminar, fui pra Internet. (Incrível como a Internet pode ser a melhor amiga de uma mulher nessas horas) Mas em vez de ficar reclamando com algum pobre amigo (o que me lembra, Lachy, Fred e Amanda, vocês vão pro céu) eu fiz o oposto: ouvi um amigo que estava se sentindo Giggi. E foi a melhor coisa que eu poderia ter feito.

O caso dele era clássico, um homem, duas mulheres, um passado aparentemente cor-de-rosa, um presente confuso e um ponto de interrogação gigantesco. E foi aí que eu entendi.

Todos os dias tomamos decisões que vão nos perseguir pro resto da vida, por menores e mais simples que elas pareçam ser. Já parou pra pensar quantas vezes uma pequena decisão te livrou de algo maior? Ou se você não tivesse pego aquele caminho, jamais teria conhecido o amor da sua vida (ou o canalha que te apunhalou pelas costas). E como sempre que você está passando por uma crise existencial a segunda coisa que faz é atacar sua vida amorosa não existente, seu emprego chato e sua família incompreensiva? (a primeira, se você for mulher, é mudar seu cabelo)

A verdade é que em momentos de tempestade tentamos nos livrar da culpa que nos persegue, e para isso perseguimos as imagens do passado que nos parecem mais acolhedoras. Pensamos que o presente nos arrasta pra baixo. Bem pra baixo. E aí começamos a olhar pras pessoas ao nosso redor sem o mesmo brilho, cheias de paranóia. Começamos a fantasiar e uma palavra é o suficiente pra nos colocar pra baixo e fazer o presente ruir. Voltamos a viver no passado. Voltamos a ser impressionados por fantasmas que já nos abandonaram há muito tempo. Tememos a morte, tememos os outros, tememos a vida, tememos o agora. Criamos um monstro tão grande nas nossas cabeças e se permitirmos ele nos impedirá de seguir vivendo. E acredite, ele o fará sem dó nem piedade. Deturpará a verdade e te encherá de dúvidas e problemas.

Então o que fazer pra não naufragar com o Titanic? Dei a resposta antes de formular a pergunta: enfrente seus medos escrevendo-os e olhando para eles de maneira realista. James Van Praag.

Encarar o mundo de forma realista não significa deixar de sonhar, ser otimista o tempo inteiro e não temer nunca. Encarar o mundo de forma realista significa, bem, ver a realidade. Nua e crua. Sempre. Vai ver que depois de respirar e contar até 10 o monstro começa a diminuir. As manchas escuras do passado começam a aparecer e você começa a ver o mundo como ele realmente é: cheio de falhas e repleto de possibilidades.

Se você não tem uma vida amorosa, saia de casa. Se você odeia seu emprego, mude. Se você acha que sua família não te compreende, converse! Um homem bem sábio que eu conheci disse que não existe o que não possa ser resolvido com uma conversa. Ele está certo. Durma (15 horas se for preciso) antes de tomar uma decisão drástica. É assim que resolvemos nossos problemas, sonhando.  Mas nunca esqueça de pensar sobre o assunto antes de tomar qualquer decisão, ou vai acabar se magoando e magoando muito os outros.

Kris Carr escreveu um livro que serve pra toda e qualquer pessoa que precisa aprender a tomar decisões no meio de uma tempestade e que meio que virou um guia de ´pense bem, poderia ser pior´ pra mim. Quando sua vida estava finalmente entrando nos eixos, pelo poder do acaso e uma dessas pequenas decisões, ela descobriu que tinha câncer e basicamente ia morrer ou sofrer muito (ok, eu sei que isso tá ficando repetitivo aqui no blog, mas sou obcecada por experiências de pessoas que tiveram que enfrentar a morte de perto e sobreviveram, coisa de escritor). Leia o livro e veja o quanto costumamos fazer tempestade em copo d´água. Porque o que precisamos enfrentar geralmente é bem menor do que o que uma pessoa dessas sofreu. E venceu. Ainda vence.

Por hoje é só pessoal, sonhe, realize, pense, ame, seja, mude, deseje, sorria, não tema, não sofra, supere, descubra, conheça, esqueça, sinta, cobre, agradeça, viva.

Semana que vem tem mais.