domingo, 30 de janeiro de 2011

Sobre o amor e outras drogas...

Algumas coisas nunca mudam, nossa visão de amor por exemplo. E já que esse é um blog destinado a compartilhar minha visão de mundo, seja nas menores coisas, aí vai o texto mais íntimo que eu já escrevi...

Ainda crianças começamos a construir nossa visão de futuro quando imaginamos que seremos astronautas, bailarinas, escritores, professores... Mais tarde começamos a pensar não só na profissão, mas em como queremos viver, com quem, que lugares queremos conhecer. E mesmo quando tropeçamos e nos desviamos um pouco do caminho, temos a esperança de que de alguma forma vai dar certo porque o tempo não se mostra um inimigo.

Eu fui ao cinema hoje assistir "O amor e outras drogas". Essa é a história de uma jovem artista com uma doença degenerativa aos 26 anos. Ela também tem o "azar" de encontrar o amor da vida dela na mesma época (a propósito, se eu encontrasse o Jake Gyllenhaal por aí aposto que ele também seria o amor da minha vida). Enfim, Jake Gyllenhaal aparte, este filme me fez pensar em duas coisas muito importantes: não importa o quanto você planeje, algumas curvas podem te desviar do caminho e você vai ter que aprender a se adaptar em vez de deitar na cama e tomar vodka o dia todo. A segunda é que você nem sempre precisa fazer tudo sozinho.

Eu sei que a vida real não é um filme, nem um conto de fadas com um final feliz, mas preciso acreditar que se formos otimistas o suficiente coisas boas vão nos acontecer e que alguns fardos podem ser carregados a quatro mãos. Não importa o que o futuro reserve de ruim, o agora ainda é promissor e você ainda pode ir a todos os lugares que quiser, mesmo que seja nos braços de outra pessoa.

Superar o medo do amanhã é a palavra pra conseguir aproveitar o hoje.


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

On s’habitue aux fins du monde...

Se você ligar a TV, pegar o jornal, sair na rua, ligar pra um amigo ou simplesmente abrir a janela vai ouvir falar ou dar de cara com notícias sobre os desastres naturais que estão acontecendo no Rio, em Santa Catarina, na Austrália e sabe Deus mais onde. Está em toda parte e sempre que algo assim acontece vemos certa mobilização da sociedade pra ajudar. 

Eu não faço idéia do que essas pessoas estão passando de verdade, tive a sorte de nunca passar necessidades ou perder tudo em uma enchente. Tive a sorte de ter uma família completa e saudável com pai, mãe e avós, todos casados e felizes depois de muitos anos, uma grande família italiana feliz. Tive a sorte de fazer bons amigos e ter um excelente trabalho. E agradeço a isso todos os dias, mas confesso que no meu mundinho perfeito não pensei nenhuma vez em entrar num avião e ir até um desses locais  ajudar, embora tenha separado alguns mantimentos pra doação. Só isso, porque na minha cabeça e mundinho perfeitos minha responsabilidade acabava ali. Pronto.

Mas hoje na fila da Unimed algo aconteceu que me fez pensar mais sobre essa situação toda.

Duas mulheres bem vestidas, na casa dos 40 anos, conversavam sobre o noticiário e as enchentes. A princípio a conversa me pareceu mesquinha e superficial, já que elas defendiam que era tudo culpa do governo. Eu pensei: "como o governo iria prever um DESASTRE NATURAL? Por acaso agora existe uma linha direta com Deus que avisa que essas coisas vão acontecer e eu não fiquei sabendo?".  Mais tarde repeti a história pra um grupo de pessoas, indignada de como as pessoas conseguiam achar que tudo era culpa dos políticos, mas que dessa vez, mesmo que eu não gostasse, a culpa não era de ninguém. Uma das pessoas falou: "você tem razão, a culpa não é do governo, é de todos nós.". Confusa. Expressão branca. Nada. Meu lado loira falou mais alto e eu fiz de conta que não ouvi o que ele disse porque não estava com muita vontade de pensar e admitir que eu não tinha entendido. Só que eu pensei, e muito, nisso depois. Ele está certo, a culpa de tudo isso é de todo mundo, porque nos acostumamos com o fim do mundo.

Todos os dias vemos pessoas pedindo dinheiro no sinal. Isso já é tão comum que acabamos ignorando, ou dando um trocado pra manter a consciência limpa. Nos acostumamos com a idéia de que precisamos dos carros movidos a gasolina e álcool porque é o que o mercado oferece hoje em dia. Então se poluímos usamos a desculpa de que não é nossa culpa que as grandes corporações controlem o mercado. Nos acostumamos até com a idéia dos esgotos sendo jogados no mar (fala sérios, quantas vezes você pensa nisso de verdade?). 

Não é nossa culpa que tenha chovido tanto. Mas é mais do que hora de assumirmos a responsabilidade por não fazermos nada. Eu sei que você vai dizer que eu estou sendo radical com esse pensamento de que podemos lutar contra as grandes corporações, que podemos nos alimentar só com os alimentos da nossa própria horta, que podemos dar um jeito de desviar algum dinheiro que os políticos roubam e que deveriam estar investindo em melhores condições de moradia e pra diminuir o impacto ambiental desse convívio homem/natureza. Mas a verdade é que podemos. Devemos. Mas é mais cômodo não fazer nada e usar essa desculpa de que uma andorinha só não faz verão. Estamos caminhando pro fim do mundo e não é porque o calendário maia vai acabar em 2012, ou porque algum desastre natural gigantesco vai acontecer, mas é porque simplesmente paramos de nos importar.

Eu não estou falando só de desastres naturais, de poluição, estou falando das nossas vidas. Paramos de nos importar com o ser humano quando vemos pequenas irregularidades e não fazemos nada a respeito. Paramos de nos importar quando tiramos uma pequena vantagem de alguém. Toda vez que vemos algo e pensamos que isso não é problema nosso mesmo sabendo que podíamos fazer algo, significa que paramos de nos importar. Somos egoístas, egocêntricos, humanos. Erramos, mas será que já não está na hora de aprender que podemos sim fazer mais pelo próximo sem prejudicar a nós mesmos? Escolhemos viver em sociedade, então deveríamos exercitar isso mais vezes.

Pode me chamar de hipócrita, admito que não faço tudo isso que eu escrevi aqui. Admito que tenho um carro e uso ele mais do que devia, admito que não ajudo Deus e todo mundo que precisa de mim, faço bem menos do que deveria. Mas a razão de ter escrito esse texto é pra lembrar a mim mesma e a quem quer que esteja lendo isso que estamos acostumados, mas que nunca é tarde pra começar a fazer mais pelo todo.

Escolha suas batalhas. Não precisa ser radical. Faça só o que estiver ao seu alcance, mas faça de forma altruísta. Em nome dos 6 bilhões de pessoas no mundo, muito obrigada por pensar em todos nós.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Copias deslavadas pra uma semana agitada...


Bom galera, já é sábado e essa semana está corrida demais, então, pra não deixá-los sem um texto pra ler, resolvi emprestar a sabedoria das crônicas do senhor Luís Fernando Verissimo. Espero que gostem, durante a semana volto com textos novos e de minha autoria.


***

"Senhor, dê-me serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar as coisas que não posso aceitar e a sabedoria para esconder os corpos daquelas pessoas que eu tive que matar por estarem me enchendo o saco.

Também, me ajude a ser cuidadoso com os calos em que piso hoje, pois
eles podem estar conectados aos sacos que terei que puxar amanhã.

Ajude-me, sempre, a dar 100% no meu trabalho...
- 12% na segunda-feira,
- 23% na terça-feira,
- 40% na quarta-feira,
- 20% na quinta-feira,
- 5% na sexta-feira.

E... Ajude-me sempre a lembrar, quando estiver tendo um dia realmente ruim e todos parecerem estar me enchendo o saco, que são necessários 42 músculos para socar alguém e apenas 4 para estender meu dedo médio e mandá-lo para aquele lugar...

Que assim seja!!!

Viva todos os dias de sua vida como se fosse o último.
Um dia, você acerta
."
Luis Fernando Verissimo






 OOO

"Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida...

Um dia, quando os funcionários chegaram para trabalhar, encontraram na portaria um cartaz enorme, no qual estava escrito:

"Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida na Empresa. Você está convidado para o velório na quadra de esportes".

No início, todos se entristeceram com a morte de alguém, mas depois de algum tempo, ficaram curiosos para saber quem estava atrapalhando sua vida e bloqueando seu crescimento na empresa. A agitação na quadra de esportes era tão grande, que foi preciso chamar os seguranças para organizar a fila do velório. Conforme as pessoas iam se aproximando do caixão, a excitação aumentava:

- Quem será que estava atrapalhando o meu progresso ?
- Ainda bem que esse infeliz morreu !

Um a um, os funcionários, agitados, se aproximavam do caixão, olhavam pelo visor do caixão a fim de reconhecer o defunto, engoliam em seco e saiam de cabeça abaixada, sem nada falar uns com os outros. Ficavam no mais absoluto silêncio, como se tivessem sido atingidos no fundo da alma e dirigiam-se para suas salas. Todos, muito curiosos mantinham-se na fila até chegar a sua vez de verificar quem estava no caixão e que tinha atrapalhado tanto a cada um deles.

A pergunta ecoava na mente de todos: "Quem está nesse caixão"?

No visor do caixão havia um espelho e cada um via a si mesmo... Só existe uma pessoa capaz de limitar seu crescimento: VOCÊ MESMO! Você é a única pessoa que pode fazer a revolução de sua vida. Você é a única pessoa que pode prejudicar a sua vida. Você é a única pessoa que pode ajudar a si mesmo. "SUA VIDA NÃO MUDA QUANDO SEU CHEFE MUDA, QUANDO SUA EMPRESA MUDA, QUANDO SEUS PAIS MUDAM, QUANDO SEU(SUA) NAMORADO(A) MUDA. SUA VIDA MUDA... QUANDO VOCÊ MUDA! VOCÊ É O ÚNICO RESPONSÁVEL POR ELA."

O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos e seus atos. A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença. A vida muda, quando "você muda"
.
Luis Fernando Verissimo

domingo, 9 de janeiro de 2011

I get by with a little help from my... Friends?

O post de hoje tem um tom de auto-ajuda verídico, é um relato sobre como eu descobri o poder que nós mesmos temos quando resolvemos admitir as mudanças e abraçar as sombras.

Uma vez um amigo me mostrou uma música que estava escrevendo, falava sobre como nascemos sós e morremos sós.  A música era linda, mesmo sendo um pouco pessimista, e eu realmente espero que ele tenha terminado ela, não só por seu valor artístico, mas pelo valor filosófico que só agora pude compreender.

Depois de um longo tempo trancada na minha masmorra saí com minhas melhores amigas, o bar era ótimo, lotado, barulhento, animado, a banda era boa, a companhia agradabilíssima, nada podia dar errado, certo? Exceto que...  eu me senti mais sozinha do nunca em toda a minha vida.  Lá estava eu fazendo algo que sempre adorei, com as pessoas mais legais que já conheci e tudo que eu queria era fazer parte do momento.

Por que isso acontece? Por que esse fato pessimista acontece?

Mudamos o tempo todo, mudamos muito rápido, mudamos tão rápido que as vezes nem percebemos que alguma mudança ocorreu de fato e insistimos em tentar manter a nossa vida exatamente como era, até mesmo quando percebemos essas mudanças. Mesmo quando somos forçados por situações extremas como perdas, doenças, medos concretizados, (...), a reconhecer essas mudanças, preferimos ignorar tudo na tentativa de permanecer na nossa zona de conforto, de tentar levar nossa vida exatamente como ela era.  E aí nos vemos na famosa sala cheia de gente e nos sentimos completamente sozinhos no meio da multidão.

Como prevenir? Como acabar com essa sensação que chega a ser negativa? Bem, você não consegue. Eu poderia simplesmente ter saído dali e ter inventado uma história pra mim mesma sobre como as minhas amigas mudaram, sobre como a balada mudou, sobre como estou velha e acreditem, por um momento todas as desculpas do mundo estavam lá pra evitar esse confronto com a realidade, mas eu fui verdadeira e aceitei que as mudanças tinham ocorrido comigo. Então, a caminho do ponto de táxi, realmente sozinha, me senti completa novamente, pela primeira vez em meses me senti realmente eu novamente. Isso aconteceu porque fui verdadeira, admiti os problemas, aceitei as mudanças na vida, abracei minhas sombras e escolhi seguir em frente.

Então sim, é verdade que minhas amigas são maravilhosas, que amo sair com elas (hoje nos divertimos muitos depois que eu havia me aceitado), que elas realmente me ajudam, mas a verdade é que amigos podem tentar te ajudar o quanto quiserem, se você não estiver disposto a SE ajudar, se aceitar, nada, absolutamente nada, vai mudar. Você vai continuar trilhando um caminho auto destrutivo.

Se o contrário acontecer, se aprendermos a aceitar as mudanças, as pedras e os tropeços, se aprendermos a perdoar os outros e a nós mesmos, seremos capazes de realizar grandes coisas. Seremos capazes de levar projetos até o fim sem sofrimento. Tornar o impossível, possível. Então sim, no fundo você está sozinho, porque tudo só depende de uma pessoa: VOCÊ MESMO.

Agora levanta da frente desse computador e vai fazer alguma coisa útil com a sua vida. Ela é curta, cheia de pedras e você não tem mais tempo a perder, realizar alguma coisa só depende de você. Mas antes deixa um comentário? =)


segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

2011: FILOSOFIA DE BOTECO - Se você trai, você é feio

Estava, obviamente, no boteco com minha prima e uns amigos no dia 30 de dezembro de 2010, em Balneário Camboriú, quando entramos no assunto promessas pra 2011. Todo mundo tinha alguma resolução: "perder 5 kg", "começar academia", "parar de beber", "trocar de emprego", "estudar mais", "mudar de vida", "trabalhar menos"... Todas promessas normais, até que alguém soltou: "trocar meu namorado por um cara realmente gato pra parar de me incomodar". Todos nos olhamos e um silêncio atingiu a mesa. Ninguém movia um músculo até que uma santa alma perguntou: 

"Espera aí, mas se você trocar ele por um cara gato, não vai se incomodar MAIS?"

Ela olhou seriamente, tomou o último gole da cerveja e soltou:

"Queridos, vocês já perceberam que mulher bonita quase nunca trai? Ela pode estar namorando o maior imbecil do mundo, aquele idiota com cara de cavalo e penugem de camelo que a faz sofrer toda noite e o Brad Pitt pode chegar com flores e oferecendo um jantar a luz de velas mas ela não trai. Então homem deve ser a mesma coisa."

Alguns protestos, algumas risadas, alguns goles e o assunto foi esquecido, e não foi porque o namorado em questão saiu do banheiro, mas porque alguém teve a brilhante idéia de conciliar as opiniões com um 'se é pra sofrer com homem feio, melhor sofrer com homem bonito'. Porém fiquei remoendo o assunto a noite toda na minha cabeça. 

A principio é uma teoria que não faz muito sentido especialmente se você, como eu, é adepta da filosofia do "quem vê cara não vê coração" e "o que conta é a beleza interna". Mas analisando mais afundo TODOS os homens que partiram meu coração (e não foram poucos) não se encaixavam em um padrão de beleza física, digamos, comum. Eram feinhos (sendo beeeem legal com eles agora). Não eram grandes "pegadores". E o segredo está realmente nisso!

Homens bonitos e pegadores estão acostumados com a atenção da mulherada. Se vão pra balada ou pra qualquer lugar o sucesso é garantido. Homens um pouco menos providos de beleza física já tem que ralar mais pra conseguir encontrar uma garota que veja como eles realmente são, lindos por dentro.  E só por dentro, muitas vezes.

Ok, mas por que isso te faz crer que um homem bonito possa trair menos que um homem feinho, você pode perguntar. Bem, porque quando ele gostar de alguém vai se impressionar menos quando uma garota der encima dele. Simples. Já o feinho vai começar a achar que está com a bola toda quando uma outra qualquer se interessar por ele, mesmo que ela seja mais feia e menos interessante do que a namorada atual. O que conta é que agora existem DUAS mulheres a fim dele, meu Deus, o mundo é dele! E isso começa a fazer com que o feinho queira conhecer esse "mundo" maravilhoso e cheio de garotas que o desejam. E acabam magoando uma garota legal, que se interessou por ele pelo que ele realmente é. Parece crueldade, eu sei, mas a verdade é que analisando com as minhas amigas, todas nós já perdemos aquele cara que ninguém queria e que nós achamos que não nos abandonaria, pra alguém menos interessante e ainda ficamos com um baita coração partido, enquanto caras bonitos foram realmente legais com a gente, nos trataram bem e na maioria das vezes nós demos o pé na bunda final, mas a amizade com o gatinho continua até hoje.

Antes de me matarem, eu sei que existem exceções! PRA TUDO EXISTE UMA EXCEÇÃO. E se alguém tiver outra explicação pra essa repetição tão constante com tantas mulheres diferentes, por favor, nos ajude, estamos em busca dela. Ou você acha que a gente curte simplificar as coisas a um simples "se você trai, você é feio". Mas devo admitir que a conclusão agrada tanto o ego ferido quanto nos liberta um pouco, além de ser bem engraçada.

Portanto, pra 2011, usando as palavras da minha amiga, se é pra sofrer com o feinho, vou sofrer logo com aquele gato! Vai que as coisas mudam?