sexta-feira, 30 de julho de 2010

Sobre contos de fadas e frigideiras...

Nos enganaram. Nos iludiram. Nos contaram histórias que só iam até o final feliz, como Cinderela, a gata borralheira que se transformou em princesa porque foi resgata pelo príncipe e pelo amor verdadeiro. Meio sexista isso pros dias de hoje, mas a história está aí pra quem quiser ler.

E além de tudo alguém inventou a história de que cada panela tem sua tampa. E se eu for uma frigideira, como fica? Ok, esquece a frigideira por enquanto. A verdade é que tampas e panelas só ficam juntas quando ligamos o calor do fogão, depois disso cada uma vai pro seu canto na prateleira e fica tudo bem. Sem estresse.

Relacionamentos não são tão diferentes. O problema é que a gente encontra uma "tampa" que sirva e esquece do detalhe de que elas não foram feitas pra ficar juntas a menos que estejam sendo usadas (ou você já tentou guardar uma panela com a tampa? Aposte, toma muito mais espaço). Todo mundo precisa de liberdade de vez em quando e isso é natural. O que não é natural é querer construir uma vida juntos apoiada em proibições e cobranças. Cada um é um indivíduo e tem uma vida antes de você, goste disso ou não você é obrigada a aceitar pra não acabar se machucando.

Todos nós temos nossas necessidades de tempo e espaço e não importa quão bem a tampa se encaixe na sua panela, você tem que aprender a respeitar certos limites. Liberdade não significa negligência, tempo não siginifica o fim de tudo, mas saúde, significa que acima de tudo a amizade é sempre mais importante do que qualquer contato físico ou emocional que possa surgir disso. Você sabe que está tudo bem quando um quer o bem do outro. Mesmo que o bem chegue com o tempo e com paciência.

Então pare de se sentir uma frigideira e dê uma chance ao agora. Seja mais otimista daqui pra frente. Nem todo trovão significa tempestade e por favor, seja feliz. Esse é o apelo da semana. Tenha força de vontade e siga sempre seu coração.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Que a força esteja com você...


O que te move? O que te faz levantar de manhã e seguir com a sua vida? O que te impede de simplesmente acabar com tudo nesse momento?

Esse fim de semana eu estive com uma mulher que perdeu o marido há dez anos, criou sozinha três filhos, sendo que o mais novo ainda estava pra completar 3 anos. Nessa quarta-feira o filho mais velho recebeu o diploma de cirurgião dentista de uma Universidade Federal, a qual ele frequentou assiduamente durante 4 anos, se formou com honra e orgulho. Essa mulher tinha lágrimas em seus olhos e um sorriso em seu rosto. Possivelmente uma sensação de missão cumprida. Porque foi isso que ela fez, cumpriu uma árdua missão. Ela tinha todas as desculpas do mundo pra não querer levantar de manhã, mas ela levantou, ela lutou e conseguiu dar a 3 crianças uma família de verdade, uma estrutura.

Durante toda a história da humanidade a mulher assumiu vários papéis. Foi mãe, foi amante, foi guerreira, foi excluída, depois aceita, foi tratada como santa e pecadora. Mas uma coisa ela nunca perdeu: a força. Não existe nada no mundo maior do que a força de uma mulher, especialmente de uma mãe, que vê em seus filhos eternas crianças indefesas. Mesmo que eles já tenham passado dos 40...

Mães são nossas estrelas guias, sempre preocupadas com o frio, com o trabalho, com os relacionamentos... Mães enchem o saco! Mas nós as amamos, sejam elas nossas mães biológicas, sejam elas nossas madrinhas, sejam elas nossas avós.

Então hoje, antes de colocar a cabeça no travesseiro, pense em quantas coisas sua mãe abriu mão pra que você estivesse onde está hoje. E da próxima vez em que pensar em criticá-la, lembre que ela tira forças de si mesma, que muitas vezes perde a direção, mas que nunca perde o foco: você.

À todas as mulheres que tem em si a capacidade ou a vontade de ser mães eu deixo minha admiração, porque essa é decisão que exige a maior força de todas. Como diria uma amiga: é como uma tatuagem na cara, vai ser pra sempre, e vai te modificar.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Nova Temporada

Ontem eu estava discutindo com amigos entre um suco de abacaxi e outro como nossas vidas imitam a arte, ou melhor, como nossas vidas imitam Gray´s Anatomy. De tempos em tempos a gente se encontra em fim de temporada, com todo aquele drama, aquele peso, personagens deixando a trama pra sempre, viradas inesperadas, frases feitas e clichês. E claro, o final fica inaberto... Sempre. E você passa o resto do ano imaginando o que poderia acontecer, o que vai acontecer, perde seu tempo roendo as unhas.

Mas, pra alegria geral da nação, sempre existe uma nova temporada. Os mortos são enterrados, devidamente homenageados, os ausentes retornam, as perguntas encontram respostas (a menos que seja Lost), temos convidados especiais e sempre, sempre uma aparição especial do Jeffrey Dean Morgan... Ok, talvez na vida nem sempre o Jeffrey Dean Morgan apareça, mas pessoas tão especiais quanto dão as caras e a gente volta a respirar, a ser feliz, episódio a episódio. Até que a temporada volte a terminar... Mas aí, já é outra história...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Como dizer adeus?

Queria postar boas notícias com a chegada de Julho, mas infelizmente esse blog está parecendo anúncio de óbito de páginas de jornais.

Quando sabemos que "nunca mais" realmente significa "nunca mais"? Escrevo essas palavras ao som de "Walk Away" do Ben Harper, com olhos marejados e o coração despedaçado. É a primeira vez que tenho que enfrentar esse tipo de dor que sinto no momento, e mesmo sendo Julho, foi causada em Junho, mas só agora fiquei sabendo.

Há alguns meses atrás uma pessoa muito especial (sim, hoje eu posso dizer que você é especial) entrou na minha vida com a intenção de nunca mais dizer adeus. Mas eu o forcei e ele disse que se aquelas eram minhas últimas palavras, seriam minhas últimas palavras pra sempre porque ele nunca mais voltaria atrás. E essas foram minhas últimas palavras.

Me desculpe Miguel, mas não posso deixar que estas sejam as últimas palavras que você teve de mim. Porque dizer adeus sabendo que é pra sempre é dificíl demais. Porque você teve a coragem de enfrentar o tempo, a distância e todos os preconceitos pra me fazer sorrir, mesmo que por dias.

Miguel Nogueira era um campeão, um batalhador, um gigante com um coração tão grande quanto ele mesmo, um coração que eu quebrei. Ele nunca teve medo de dizer "eu te amo". Ele nunca teve medo de viver. E espero que onde que ele esteja saiba o quanto eu o admirei desde o primeiro dia, desde quando ele preferiu passar o aniversário ouvindo a voz de uma estranha, porque é o que eu era naquela época, do que comemorar com os amigos e eu prometi que em 2010 eu estaria lá. Uma promessa que não cumprirei.

Ele foi o primeiro a ler este blog. O primeiro a incentivá-lo. Por isso, obrigada.

Para vocês que não conheceram esse homem maravilhoso, deixo aqui um vídeo feito em 2007, mostrando ele fazendo o que mais amava: treinar.

http://www.youtube.com/watch?v=fIRAhW1zwBQ

Peço desculpas a todos se este é um texto atípico para o contexto do blog, mas sou apenas humana e a única maneira que conheço de aliviar meus sentimentos é através da minha caneta, mesmo que as palavras saiam como nós, embargadas por algo maior.

E nas palavras de Ben Harper: "if you love somebody you have got to set them free."

Priscylla Dalfovo Biasi