sábado, 4 de dezembro de 2010

Muitos parênteses

"Face your fears by writing them down and looking at them realistically."
James Van Praag, via twitter


Comecei meu dia chuvoso em Curitiba com uma chícara de café amargo, olhando pro dia nublado lá fora, depois de uma noite espetacular de 15 horas de sono. Você vai dizer "uau, como essa garota dorme!" Acreditem, até eu me surpreendi com o que algumas pílulas podem fazer. (Learn with that Ozzy Osbourne) Enfim, mas voltando ao foco deste post... A primeira coisa que eu fiz hoje foi atacar de Giggi ("He is not that into you", lembram?). Primeiro veio a paranóia, depois aquela sensação de que estou fazendo tudo errado e por ultimo a impressão de que o mundo inteiro estava contra mim. E pra terminar, fui pra Internet. (Incrível como a Internet pode ser a melhor amiga de uma mulher nessas horas) Mas em vez de ficar reclamando com algum pobre amigo (o que me lembra, Lachy, Fred e Amanda, vocês vão pro céu) eu fiz o oposto: ouvi um amigo que estava se sentindo Giggi. E foi a melhor coisa que eu poderia ter feito.

O caso dele era clássico, um homem, duas mulheres, um passado aparentemente cor-de-rosa, um presente confuso e um ponto de interrogação gigantesco. E foi aí que eu entendi.

Todos os dias tomamos decisões que vão nos perseguir pro resto da vida, por menores e mais simples que elas pareçam ser. Já parou pra pensar quantas vezes uma pequena decisão te livrou de algo maior? Ou se você não tivesse pego aquele caminho, jamais teria conhecido o amor da sua vida (ou o canalha que te apunhalou pelas costas). E como sempre que você está passando por uma crise existencial a segunda coisa que faz é atacar sua vida amorosa não existente, seu emprego chato e sua família incompreensiva? (a primeira, se você for mulher, é mudar seu cabelo)

A verdade é que em momentos de tempestade tentamos nos livrar da culpa que nos persegue, e para isso perseguimos as imagens do passado que nos parecem mais acolhedoras. Pensamos que o presente nos arrasta pra baixo. Bem pra baixo. E aí começamos a olhar pras pessoas ao nosso redor sem o mesmo brilho, cheias de paranóia. Começamos a fantasiar e uma palavra é o suficiente pra nos colocar pra baixo e fazer o presente ruir. Voltamos a viver no passado. Voltamos a ser impressionados por fantasmas que já nos abandonaram há muito tempo. Tememos a morte, tememos os outros, tememos a vida, tememos o agora. Criamos um monstro tão grande nas nossas cabeças e se permitirmos ele nos impedirá de seguir vivendo. E acredite, ele o fará sem dó nem piedade. Deturpará a verdade e te encherá de dúvidas e problemas.

Então o que fazer pra não naufragar com o Titanic? Dei a resposta antes de formular a pergunta: enfrente seus medos escrevendo-os e olhando para eles de maneira realista. James Van Praag.

Encarar o mundo de forma realista não significa deixar de sonhar, ser otimista o tempo inteiro e não temer nunca. Encarar o mundo de forma realista significa, bem, ver a realidade. Nua e crua. Sempre. Vai ver que depois de respirar e contar até 10 o monstro começa a diminuir. As manchas escuras do passado começam a aparecer e você começa a ver o mundo como ele realmente é: cheio de falhas e repleto de possibilidades.

Se você não tem uma vida amorosa, saia de casa. Se você odeia seu emprego, mude. Se você acha que sua família não te compreende, converse! Um homem bem sábio que eu conheci disse que não existe o que não possa ser resolvido com uma conversa. Ele está certo. Durma (15 horas se for preciso) antes de tomar uma decisão drástica. É assim que resolvemos nossos problemas, sonhando.  Mas nunca esqueça de pensar sobre o assunto antes de tomar qualquer decisão, ou vai acabar se magoando e magoando muito os outros.

Kris Carr escreveu um livro que serve pra toda e qualquer pessoa que precisa aprender a tomar decisões no meio de uma tempestade e que meio que virou um guia de ´pense bem, poderia ser pior´ pra mim. Quando sua vida estava finalmente entrando nos eixos, pelo poder do acaso e uma dessas pequenas decisões, ela descobriu que tinha câncer e basicamente ia morrer ou sofrer muito (ok, eu sei que isso tá ficando repetitivo aqui no blog, mas sou obcecada por experiências de pessoas que tiveram que enfrentar a morte de perto e sobreviveram, coisa de escritor). Leia o livro e veja o quanto costumamos fazer tempestade em copo d´água. Porque o que precisamos enfrentar geralmente é bem menor do que o que uma pessoa dessas sofreu. E venceu. Ainda vence.

Por hoje é só pessoal, sonhe, realize, pense, ame, seja, mude, deseje, sorria, não tema, não sofra, supere, descubra, conheça, esqueça, sinta, cobre, agradeça, viva.

Semana que vem tem mais.




Um comentário:

  1. Olá

    Fico lisonjeado pela lembrança, mas não quero ir pro céu não... pra isso acontecer tem que morrer :P

    escrevi esse texto a um tempo já, mas reitero minhas palavras.

    http://fredzanetti.wordpress.com/2007/12/02/reminder/

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