quinta-feira, 18 de novembro de 2010

MEU DOCE NOVEMBRO


Take care, your worship, those things over there are not giants but windmills.
- Miguel de Cervantes

(Tome cuidado, sua devoção, aquelas  coisas ali não são gigantes mas moinhos de vento.
- Miguel de Cervantes)

O post de hoje é mais um relato otimista sobre sonhos próprios do que qualquer outra coisa, que eu espero que faça com que as pessoas reflitam sobre fé. Não a fé religiosa, mas a fé em si mesmo e no seu futuro.  

No meu meio convivo com inúmeros aspirantes a artistas, músicos, escritores, estudantes de cinema. E o que eu percebo é que temos mais facilidade em acreditar no sucesso do outro do que no nosso próprio. E eu penso que isso acaba valendo não só pra quem quer viver de arte, mas pra quem quer viver. Eu mesma costumava me subestimar muito.

A vida anda corrida com a produção do "11 Dias", mas eu não poderia estar mais feliz. Se 2010 começou como um ano ruim, comigo sendo empurrada para uma valeta em Balneário Camboriú exatamente a meia noite, novembro deu a partida para a realização de sonhos que começaram a ser plantados em 1997 quando fiz minha primeira aula de teatro pra valer em Cascavel, interior do Paraná. Naquela época eu fazia 110 km três vezes por semana pra assistir essas aulas e não tinha uma falta porque aos 14 anos é mais fácil acreditar que você vai conseguir. Você tem tanto tempo, tanta energia.

Mas durante esses anos todos minha fé foi abalada inúmeras vezes. Pensei em ser designer (cheguei a terminar a faculdade), médica (seis meses de cursinho e dois vestibulares), professora de inglês, professora de francês... chefe de cozinha. Mas meu coração sempre me apontou pro caminho que eu considerava o mais difícil. E eu só considerava o mais dificil porque eu me deixava conectar pelos aspectos negativos de seguir um sonho. 

Olhando pra trás percebo que o que realmente nos move são os sonhos. Olhando pra frente percebo que sonhos podem se tornar realidade, basta não perder a fé. É muito fácil falhar como designer e continuar na profissão quando no fundo tudo o que você quer é subir em um palco, estar atrás ou na frente de uma câmera, passar os dias escrevendo. Mas falhar como atriz, como diretora, roteirista, isso sim dói, isso sim abala, isso sim me fez pensar em desistir mais de uma vez. E na maior parte das vezes eu fui levada a crer pelos outros que o caminho era árduo demais ou que eu não tinha talento, até que eu não tinha tempo.

Esse novembro me mostrou que tempo é só um estado de espírito e que tudo acontece na hora certa, a gente só tem que ter fé e paciência. E coragem. minhas vitórias tem sido pequenas, uma pontinha em um seriado aqui, um curta metragem ali, mas tudo isso é muito significativo pois está me mostrando que mesmo a passos lentos a gente chega a algum lugar.

Por isso eu digo a quem estiver lendo este post, não desista. Seja de fazer o vestibular, seja de mudar de carreira depois dos 30 porque você está infeliz, seja viver. Sempre há uma solução, uma luz no fim do túnel. Faça com que os "nãos" te fortaleçam, por mais que doa e te puxe pra baixo, todo ser humano tem a capacidade de escalar de volta e todo ser humano tem a habilidade de ser feliz e realizado.

Por fim quero agradecer a todas as pessoas que me ajudaram a acreditar nessas palavras. Especialmente a Kaká Hilgert por ter me indicado pro teste do "Clandestinos" e minha mãe por ter me levado até o Rio de Janeiro e aguentado na fila comigo. Também preciso mencionar as pessoas que estão me ajudando com a produção do "11 Dias", os atores, a equipe e os figurantes (nomes que você encontra no blog de produção curta11dias.blogspot.com).

2 comentários:

  1. Excelente post...
    Todo mundo deveria ler isso, isso faz com que acreditemos em nós mesmos.
    Muitas vezes as pessoas dizem: "O caminho é muito longo e árduo!", quando na verdade elas sentem vontade de seguir seus sonhos mas muitas vezes não têm coragem de enfrentar as críticas e o caminho longo; quando esse caminho as fariam felizes.

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  2. Prazer, Paula.
    Realmente tudo o que você disse faz sentido. E vivencio junto com minhas amigas (principalmente) das aflições do "dia de amanhã" sobre não estar crente de qual carreira profissional queremos ter.
    Acho que é normal saber que finalmente nos tornamos adultos e cheios de dúvidas e incertezas. E não sabíamos que ser criança era tão bom! Agora é bola pra frente...
    Você como designer deve ser uma ótima atriz, e como o Du Hoffmann diz: "Que tal ler o Poder do Agora"? rs
    Te desejo muita felicidade nessa nova carreira, muito sucesso e muita, muita sabedoria para escolher sempre o melhor pra você!
    Até breve!

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