quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Just Beleave...

"Eu que não fumo queria um cigarro, eu que não amo você, envelheci 10 anos ou mais nesse último mês."
Eu que não amo você, Engenheiros do Havaii
 
Essa semana eu estava escrevendo a monografia pra conclusão da minha pós-graduação e tive a oportunidade de ler novamnete meu roteiro, que escrevi há mais de dois anos com essa finalidade e que já está filmado, só falta terminar a edição, mas que eu vinha adiando por um motivo ou outro mas que descobri que na realidade era falta de fé no meu próprio trabalho. Fiquei tão surpresa com o que tinha escrito que nem pareciam mnhas próprias palavras! Eu consegui rir de piadas que eu mesma criei. E foi a melhor sensação do mundo. Foi como acordar pra vida.

Durante anos, na minha adolescencia, infância e no início da minha juventude, eu escrevi sem parar. Contos, crônicas, roteiros, peças e até um livro que deixei de publicar por ser perfeccionista demais. Escrever era uma paixão e uma maneira de aliviar todas as dores da minha alma. Cheguei a ter dois textos publicados no jornal local antes de completar 18 anos. E toda vez que eu lia esses textos da minha adolescência eu me perguntava: onde foi parar aquela garota que escrevia tão bem?

Passei a admirar os textos e roteiros dos meus amigos e colegas como jóias raras, sempre me contentei com um papel pequeno em um filme ou uma pontinha na produção simplesmente porque eu queria fazer parte de algo que achava bonito, tocante, interessante. Então tomei coragem e com uma amiga, Virgínia Bosh, escrevi, produzi, dirigi e atuei em uma peça chamada "O Beijo das Orquídeas", cujo texto recebeu críticas maravilhosas. Mas ainda assim eu me sentia pequena, apenas uma parte daquela que eu já havia sido, eu não era cool, não era underground, não era engraçada, muito menos coerente. Na minha visão aquelas páginas escritas de punho próprio poderiam muito bem ter um lugar dentro da lixeira que ninguém se importaria.

Mais tarde, em 2009, fui além, tomei coragem e sozinha escrevi o primeiro curta que decidi produzir, justamente sobre escrever um roteiro e suas dificuldades, tema que abordo na minha monografia. E foi esse texto que abriu minha mente pra ver além. 

O tempo que passei entre o vestibular e o "11 Dias" (meu próximo curta) foi o tempo em que o mundo e as pessoas ao meu redor começaram a me diminuir. Ou melhor, começaram a fazer com que eu me sentisse menor, menos capaz. Aos 17 anos desisti da faculdade de artes cênicas por pensar que não tinha capacidade de me tornar uma grande atriz simplesmente porque alguém próximo a mim (que por sinal nunca tinha ido ao teatro) disse que eu não tinha capacidade. E nessa mesma época essa mesma pessoa em quem eu confiava me fez abandonar o sonho da medicina porque era tempo demais jogado fora quando eu podia fazer coisas mais produtivas. (hoje acho realmente que ele estava falando em me preparar para ser esposa e mãe)

A verdade é que se alguém em quem confiamos cegamente nos diz que não podemos fazer algo, é como se um braço ou uma perna nos fosse retirado. Secretamente podemos continuar praticando aquilo que fazíamos bem e que nos dava prazer (como prova viva hoje sou atriz, cineasta, escritora, roteirista e quem sabe me torne médica ou psicóloga) mas que passamos a acreditar ser uma futilidade,  algo que simplesmente nos atrasava em descobrirmos quem realmente somos. Só que quem somos já estava lá. Éramos aquela pessoa que escrevia bem, que dirigia bem, que estudava muito, que gostava de dançar ou que queria dissecar coisas. Só que alguém nos convenceu do contrário.

Depois de ler um texto meu hoje e não acreditar que áquelas eram minhas palavras eu só tenho uma coisa a dizer: NUNCA DESISTA DOS SEUS SONHOS. Não deixe que alguém te diminua pra se sentir maior. Não deixei que alguém diga que você não é bom o suficiente. Filosofia de banheiro? Talvez. Mas pense em quantas coisas na sua vida você já deixou pra trás por falta de incentivo e depois se arrependeu.

Você faz seu próprio destino. Só você. E se você acha que é capaz de atravessar o canal da Mancha a nado e te dizem o contrário, treine mais, mas não perca a fé em quem você é.

Eu tive o caso de uma atriz, extremamente traumatizada pelo diretor anterior, não conseguia render nos ensaios. Algumas pessoas do elenco diziam que ela não daria conta, que seria um fiasco e os comentários se extenderam a direção (minha) que era fraca e afundaria o navio. Mas nos olhos dessa atriz eu via a chama, a paixão pela personagem e sozinhas nós fazíamos miséria. Essa foi a única atriz de um elenco de 9 pessoas a receber críticas extremamente positivas por sua performance na noite de estréia. Ela não desistiu, não cedeu a pressão dos colegas e principalmente acreditou em si mesma.

Ninguém, incluindo eu, daquele elenco, conseguiu as criticas que ela conseguiu em peças futuras, isso foi há 4 anos atrás. Então antes de apontar o dedo, pense duas vezes. E lembre da atriz que podia não ter a técnica, mas tinha o fogo. Encontre essa chama e a transforme em uma fogueira ardente. Acredite em si mesmo, porque ninguém mais o fará.
 
Uma última coisa. Quem você ama, pode não te amar da mesma maneira. Quem você admira, pode não te admirar da mesma forma.  Quem você respeita, pode querer te ver na lama. Você é dono e senhor de si mesmo e é mais do que capaz de saber até onde vai sua capacidade e quão grande pode ser o seu sonho.

Obrigada pelas críticas e por lerem o blog. Semana que vem tem mais.

9 comentários:

  1. Falou tudo Pri
    Infelizmente, se não valorizarmos a nós mesmos, praticamente ninguém fara isso por nós. Devemos ter a personalidade necessária para rejeitar de forma ríspida qualquer ingerência desnecessária em nossas vidas.
    Mto bom o texto

    ResponderExcluir
  2. a garota que escrevia tão bem,ainda está ai :p
    esse post ficou muito bom,assim como todos os outros
    "Você faz seu próprio destino" éé,as vezes é melhor não ouvi as opniões de algumas pessoas,elas podem tar bem erradas,assim como os exemplos que você disse ali em cima :)

    ResponderExcluir
  3. Pri, posso ser sincero em dizer que seu texto não só me tocou como também fiquei emocionado.
    Talvez por saber, pelo pouco tempo e intenso que tivemos juntos, que você tem este fogo, esta chama que por sinal é contagiante.
    Com suas palavras me senti ao seu lado no mesmo sonho, não somente o de ser ator ou cineasta ou artista, pois quem tem o fogo, como você diz, sabe que isso felizmente ou infelizmente é instintivo e vamos Ser e pronto! Mas também o sonho de muitos de querer Ser. E o príncipio de tudo você endossou no título Simplesmente Acreditar! Acreditar mesmo sentindo-se um grãozinho de areia na praia!
    Parabéns! Como sempre eu admiro muito você e a essência do seu trabalho! Saudades amiga!

    ResponderExcluir
  4. SIm, a menina que escreve bem sempre esteve aí, mesmo que vc não acreditasse, ou que os outros não acreditassem, danem-se os outros. E muito obrigada por sempre me ajudar a acreditar em mim mesma... mas onde foi parar aquela chama?

    Beijos, amo-te

    ResponderExcluir
  5. Pri, essa é você!Que bom que está se encontrando. Te adoro.

    ResponderExcluir
  6. Pois é, eu já passei por isso com um namorado, pq faziam com ele, e ele fazia comigo...
    Mas hoje eu tenho mta sorte em alguém acreditar mais em mim do que eu acredito...

    ResponderExcluir
  7. vc acha que me isolei dos amigos e da familia por que? nao é que nao os ame, mas gosto de contar o que ja foi feito,assim ninguem derruba os meus sonhos , as vezes apenas outro ponto de vista pode desanimar você, entao se você acredita em você mesmo, acha que você é capaz.. nao peça muita opiniao, apenas corra atras e aja, depois você conta seus tombos e suas conquistas.

    ResponderExcluir
  8. Pri... parabêns mais uma vez, vc escreveu tudo e mais um pouco, afinal, que costume que esse povo tem de por inveja... e pior, pra subir faz de nossos sonhos o degrau... mais isso não significa nada quando soubermos... o fim que queremos dar aos nossos sonhos. A nossa história (podemos mudar nossa história "sonhos" todos os dias, se soubermos o final que quermos dar a ela.)

    bjos é até semana que veem ... ÉDINA

    ResponderExcluir
  9. Senhorita...
    Você é uma artista que nasceu para isso e tem a chama acesa.
    Me fez pensar em tudo que já fiz na vida e ainda vou fazer, além de dar um empurrão no sentido de viver a vida na sua essência.
    Fantástico o teu texto...
    Parabéns mesmo.

    ResponderExcluir